A mobilidade é um dos pilares da transformação digital. No cerne desta tendência estão a produtividade das empresas e a satisfação dos clientes. No emprego, na vida privada, nas “coisas”, dá acesso a tudo, em qualquer lugar, hora ou dispositivo.
Os portugueses são early adopters e estão a tornar-se cada vez mais “móveis”. As empresas, por seu lado, estão focadas no desenvolvimento de soluções de mobilidade assentes quer na produtividade dos trabalhadores, quer na melhoria da experiência no relacionamento com clientes e parceiros.
Em Portugal um estudo sobre mobilidade desenvolvido pela IDC em parceria com a NOS prevê que em 2020 sejam vendidos cerca de 5,5 milhões de equipamentos móveis de computação, dos quais 3,8 milhões de smartphones, 1,3 milhões de tablets e 363 mil híbridos, o que corresponde a um crescimento anual médio de 7% entre 2015 e 2020.
A informação, disponibilizada pela NOS ao OJE acrescenta que no mesmo período, no mercado empresarial se prevê a venda de quase 1,3 milhões de equipamentos móveis de computação, um crescimento anual médio composto de 12,9%.
“Hoje não há uma empresa que seja virada para o consumidor que não tenha uma aplicação mobile”, frisa Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal.
Mobilidade: Um Pilar
A mobilidade é um dos pilares da chamada transformação digital que, é um tema muito complexo e, em sentido mais lato, “inclui tudo”, explica Gabriel Coimbra.
O que está em causa não é a utilização da tecnologia por parte das empresas, mas sim “a integração do negócio tradicional no negócio digital”, a integração “do mundo físico com o mundo digital”, que inclui “cloud, mobile, social, big data e outras tecnologias democratizadas”.
Tal como a transformação digital, a mobilidade é igualmente um tema complexo que regista uma evolução acelerada quer em Portugal quer a nível mundial.
“As tendências em matéria de mobilidade têm de ser encaradas sempre no âmbito das várias áreas em que as funcionalidades estão presentes, o que equivale a dizer: em praticamente todas”, explica António Nunes, solution advisor cloud & tecnhology da SAP Portugal.
As tendências, a muito curto prazo, passam por uma maior adoção do conceito Bring Your Own Device (BYOD), enquanto a médio prazo iremos observar um avanço significativo das tecnologias wearable e, a longo prazo, a Internet of Thing (IoT) estará completamente generalizada nas empresas e junto dos particulares, assinala.
Em Portugal, as empresas encontram-se em fases de maturidade distintas. A generalidade das “médias e grandes empresas estão atrasadas em relação a outros países da Europa”, assinala Joana Peixoto, diretora Comercial e de Marketing da Opensoft, empresa que desenvolve soluções tecnológicas à medida.
“Setores como a banca ou as telecomunicações estão mais evoluídos, mas a Administração Pública, os serviços e a indústria têm apenas alguns projetos ad-hoc, com muito potencial”.
Os projetos de mobilidade tenderão “cada vez mais a focar-se nos processos de negócio que terão necessariamente de se adaptar à mobilidade”.
“A mobilidade traz grandes benefícios ao nível da produtividade e na melhoria dos tempos de execução de processos, através de ferramentas que ajudam os utilizadores a executar melhor e mais rapidamente as suas tarefas, minimizando erros, tempos de espera ou até bloqueios em processos críticos”, explica Vanda Silva.
Fonte: O Jornal Económico