Empresas Portuguesas e o Mercado Único Digital

O Mercado Único Digital prepara-se para ser a regulação europeia mais disruptiva da última década, mas são muitas as organizações que desconhecem as vantagens que lhes estão associadas. Entre elas uma grande parte das empresas portuguesas.

Apenas metade das empresas da União Europeia ouviu falar desta estratégia (51%), segundo o apurado pela Ricoh num estudo recente sobre a futura “standardização” do mercado online europeu e o seu impacto.

Portugal surge com o terceiro valor mais baixo (30%), apenas superado pela Bélgica e Luxemburgo (29%) e Países Nórdicos (28%).

Por este e por outros motivos, a grande maioria dos 1.360 líderes de negócio inquiridos em toda a UE afirmam que as suas empresas não estão preparadas para o Mercado Único Digital (92%).

A estratégia europeia prevê a implementação, entre 2015 e 2016, de um conjunto de medidas legislativas que eliminem barreiras, promovendo um melhor acesso dos consumidores e das empresas a bens e serviços digitais e criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento desses serviços.

Promover uma maior confiança nos serviços digitais, rever o quadro dos meios de comunicação social e a legislação de direitos de autor, ou garantir a disponibilidade de uma banda larga rápida estão entre os domínios visados pelas medidas alinhadas pela CE.

Daquilo que conhecem, as maiores vantagens apontadas pelos inquiridos no estudo da Ricoh à estratégia europeia são o aumento no número de consumidores (56%), a oportunidade para aceder a novos mercados europeus (52%) e o incremento na eficiência interna da sua própria empresa (44%).

Mais de um quinto das empresas inquiridas considera não existir qualquer tipo de benefícios associados ao Mercado Único Digital, com muitas a expressam a sua preocupação sobre o impacto que poderá ter nas suas estruturas.

Destas empresas, 40% reforçam não estar preparadas para o aumento da concorrência que um Mercado Único Digital fomentaria, sendo que 37% receia as implicações dos custos e 34% acredita não possuir os recursos necessários para capitalizar com esta oportunidade. Um terço dos inquiridos julga também que apenas haverá mais regulamentações, simplesmente “porque sim”.

Uma das razões para a falta de entusiasmo das empresas relativamente às medidas alinhadas pela CE poderão ser as preocupações face à força digital dos seus próprios países, considera a Ricoh.

Apenas 9% dos líderes de negócio europeus afirmam que o seu país é “muito forte” na tecnologia digital, aptidões e infraestrutura. Se quase dois terços das empresas nos países nórdicos acreditam que os seus países são fortes digitalmente, antagonicamente verificou-se, relativamente a esta questão, apenas um quinto das empresas polacas e espanholas, e ainda 15% das empresas francesas e italianas com a mesma resposta.

Fonte: Sapo Tek

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