A Doença das Vacas Loucas e a Rastreabilidade

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), mais conhecida por “doença das vacas loucas” abalou a confiança dos consumidores e da indústria e comércio alimentar nos anos 90 do século passado, obrigando a uma restruturação das políticas e regulamentação da segurança alimentar. Um dos pilares fundamentais desta reforma é a rastreabilidade.

A rastreabilidade é a capacidade para localizar qualquer alimento, ração, animal ou substância que será utilizada para consumo através de todas as fases de produção, processamento e distribuição. No caso da ocorrência de algum problema com um produto alimentar, consegue-se identificar, localizar e retirar do circuito comercial. Caso o produto já tenha chegado ao consumidor é possível, através de comunicados de imprensa, informar a população afetada.

A globalização do mercado na indústria e comércio alimentar obrigou que fossem criadas regras de produção e transporte mais exigentes no que respeita à segurança alimentar. Com a implementação destas regras e com uma rastreabilidade rigorosa dos produtos possibilita que, sempre que ocorre um incidente, apenas sejam retirados os produtos afetados, minimizando, assim, a interrupção do comércio e o prejuízo financeiro das empresas.

O Regulamento 178/2002, que estabelece os princípios gerais e os requisitos da legislação alimentar, exige que cada empresa europeia alimentar ou de rações e também aquelas que importam alimentos/rações para a Europa, implemente um sistema de rastreabilidade. Em complemento, alguns países, criaram certificações específicas. Por exemplo, o Reino Unido, criou um certificado que deve ser assegurado pelas empresas que pretendem exportar para os mercados anglo-saxónicos, que passa pela capacidade de apresentar a rastreabilidade dos seus produtos em 4 horas. De uma forma genérica, existem requisitos legais para se manterem registos, aplicar informação de rastreabilidade aos produtos e/ou documentos e fornecer esta informação à autoridade competente sempre que solicitado, sempre com as devidas especificidades inerentes aos vários setores de atividade.

Sistema de Rastreabilidade nos Softwares de Gestão

Para as empresas da indústria e comércio alimentar, a funcionalidade de Rastreabilidade por Lotes não é uma opção ou uma funcionalidade que possa ser implementada mais tarde no ERP – Software de Gestão Integrado. Para estas empresas, esta funcionalidade é obrigatória sempre que uma empresa pretende comercializar os seus produtos para determinados mercados ou que estejam presentes em determinados circuitos comerciais. Deste modo, as empresas devem escolher o software de gestão que já tenha provas datas nesta funcionalidade de rastreabilidade, em que a gestão de stocks seja efetiva e onde o controlo de lotes, quer de produtos produzidos quer dos produtos vendidos, permita a sua real rastreabilidade e não seja apenas uma informação escrita diretamente no documento de venda ou na guia de transporte. O controlo deve ser total, não só para os produtos que se compram num fornecedor e que se revendem, mas também para os vários produtos que farão parte de outros, formando produtos compostos ou fabricados. Deve existir um controlo absoluto no circuito total dos produtos, desde a entrada, através do documento de compra a fornecedores, nos circuitos de produção e embalamento (caso existam), e na fase de venda, quer para o consumidor final, quer para um revendedor.

Na indústria e comércio de produtos alimentares a rastreabilidade e a segurança dos produtos é preocupação fundamental em paralelo com o estrito cumprimento das regulamentações nacionais e internacionais. O software de gestão ARTSOFT apresenta uma solução que acompanha os produtos através dos vários circuitos, dentro da empresa, melhorando a precisão e a velocidade da informação relacionada com a origem, produção e venda.

Fonte: European Food Information Council


João Afonso

Departamento Comercial Inforestilo

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